Ana Pinto
3 Limitações [e Soluções] na Meditação Matinal

De uma forma geral, todos nós sabemos no nosso interior os verdadeiros benefícios de termos atividades em prol do nosso bem-estar pessoal. Fora toda a alegria que nos possa causar, ajuda-nos a libertar o stress de uma semana intensa de trabalho, a abstrair dos nossos pensamentos mais persistentes, e a ganharmos uma nova energia e vontade de viver.
E depois existem atividades que transformam por completo toda a nossa vida. Que nos ajudam a encontrar um conforto interior muito para além da alegria e do prazer.
Sim. Estou a falar da Meditação.
Já alguma vez experimentaste meditar 10 minutos antes de começares o teu dia?
Para quem já teve a oportunidade de experimentar, sabe que os desafios são imensos!
Apesar de nada mais nos ser necessário para além da nossa respiração, a verdade é que abstrair a nossa mente do mundo que nos rodeia e dos nossos pensamentos é o verdadeiro desafio!
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Comecei a meditar com regularidade há dois anos. E no começo os desafios eram tantos…
Primeiro foi encontrar o local ideal para o fazer sem ser interrompida, depois os sons que me rodeavam, qual a melhor hora, como focar na respiração. O que mais me perturbava era o ruído mental, que me impedia de estar tranquila durante todo o tempo.
Hoje a meditação é algo natural em mim. E no entanto existem fases que preciso de suporte. Há momentos que consigo abstrair-me com facilidade apenas comigo e o silêncio da minha casa. Outros momentos exigem algumas meditações guiadas ou música ambiente, para me deixar ir.
A meditação ajudou-me a ter paz interior, e é graças a essa paz que agora tenho, que consigo meditar mais profundamente.
Tendo em conta a minha humilde experiência, e com base nas palavras dos que me seguem e praticam comigo, partilho convosco as três principais Limitações [e Soluções] que podem surgir na hora de começares a meditar de manhã:
1.Distrações Sonoras
Com o nascer do dia, o despertar é inevitável. E com ele surgem muitos ruídos: Seja o despertar da pessoa que dorme connosco, dos filhos, do cão a querer ir à rua. E muitas vezes até conseguimos escutar o despertar dos nossos vizinhos, dos carros a ligarem para seguirem rumo.
No momento em que começamos a meditar pela primeira vez, estes ruídos tornam-se num verdadeiro desafio. E nós não queremos transformar um momento tranquilo num momento de ansiedade.
Então, o que podemos fazer para prevenir isto?
- Levantar mais cedo
Se sabemos a que horas a casa desperta, uma forma de prevenir é acordar mais cedo que o resto da casa. Muitas vezes bastam 15/20 minutos antes, e fará toda a diferença.
- Meditar com fones
Esta é uma boa forma para “abafar” um pouco mais o ruído que nos rodeia. E podemos permanecer em silêncio, ou podemos colocar música ambiente ou meditações guiadas. O tempo voará!
- Focar a atenção nas movimentações naturais do corpo
Os movimentos ajudam-nos a criar foco mental. Quantas vezes deste por ti tranquilo só por observares as ondas do mar ou as folhas de uma árvore a movimentarem-se com o ritmo do vento?
Muitas vezes não nos é possível ter movimento externo para nos ajudar ao foco. Mas o nosso corpo tem uma movimentação natural: a Respiração!
Então podes colocar uma mão na zona do teu umbigo e outra no teu peito. E observa a respiração. Verifica onde esta se encontra. Se está mais na zona do peito ou na barriga. E tenta aos poucos levar estas movimentações apenas para a zona da tua barriga. Esta é a nossa respiração mais natural, e que naturalmente te trará mais tranquilidade.
2. Distrações Mentais
“Não tenho força de vontade”.
Muitas vezes trata-se disto mesmo. Falta de vontade, de proatividade, organização, amor próprio, ou mesmo aflições internas por resolver.
Neste caso, não existe uma resposta certa. Somos seres únicos, e temos de ser capazes de nos motivar e encontrar força interior para fazermos por nós o melhor possível.
E se sentirmos que é demasiado exigente caminhar sozinho, devemos sempre procurar ajuda, seja em Terapia, Yoga, Meditação, Desporto, Boa Nutrição.
A base aqui é encontrarmos razões suficientes para não termos distrações mentais:
- Encontrar uma atividade que gostamos muito, e aproveitar alguma teimosia que existe em nós e insistir.
Saber utilizar a Teimosia para o Bem é um Dom.
- Ser consciente de que a construção de uma Mente Saudável é um caminho.
Então no fundo não há um objetivo final. É no passo a passo que vamos encontrando a tranquilidade e a felicidade. Com todos os altos e baixos que isso implica. Mas surgirão dias tão bonitos que valerão todo o nosso empenho.
- A Relação connosco próprios é a única que dura para sempre.
E neste caso, não nos podemos divorciar de nós próprios. É de facto um compromisso para a vida. Então é tudo uma questão de amor. Tratem-se com carinho e façam por nutrir esta relação convosco próprios. Pois tudo o que partilharem de belo e consciente com a vossa mente, terão com certeza retorno. Será sempre um espelho: Tudo o que deres assim receberás. Então que sejam coisas boas.
3. “Sou muito Ativo para Meditar”
Esta é a frase que mais ouço desde que trabalho nesta área. Então eu vou partilhar convosco uma verdade incondicional: Não dá para sermos 100% algo.
Toda a nossa vida funciona como se fôssemos uma balança. E o objetivo não é que esta esteja completamente equilibrada, mas que os pratos não toquem nos extremos. E nós tocamos muitas vezes nos extremos, quando necessitamos de categorizar tudo: Bom Mau; Belo Feio; Perfeito Imperfeito; Agradável Desagradável; Competente Incompetente.
Não sintam orgulho em estarem constantemente ativos e ocupados. Não é bom e não nos prova nada.
Tenham a Humanidade de aceitar que tudo o que é extremo machuca e que haverá sempre muitas facetas em nós.
Permite-te desacelerar.
Permite-te seres quem és, na íntegra.